MECÂNICA DOS SOLOS
Introdução
Vale iniciar a definição padrão de solo conforme apresentado na apostila Mecânica dos Solos, do professor Dr. Edson de Moura, da seguinte forma:
"...aplica-se o termo solo a todo material natural, sob água ou não, da crosta terrestre escavável por meio de pá, picareta, escavadeiras, etc., sem necessidade de explosivos e que servem de suporte, são arrimados, escavados ou perfurados e utilizados nas obras da Engenharia Civil. Tais materiais, por sua vez, reagem sob as fundações e atuam sobre os arrimos e coberturas, deformam-se e resistem a esforços nos aterros e taludes, influenciando as obras segundo suas propriedades e comportamento. O estudo teórico e a verificação prática dessas propriedades e atuação é que constituem a Mecânica dos Solos. É essa última, portanto, um ramo da Mecânica, aplicada aum material pré-existente na natureza."
Conforme o próprio professor cita antes dessa passagem, é um importante ressaltar que está definição está voltada para a Engenharia Civil, pois para a Geologia, certamente ela é mais abrangente e possui outras definições.
Pois bem, estudar a Mecânica dos Solos nos possibilita descobrir todas as propriedades mecânicas envolvidas no mesmo, ou seja, por meio de suas composições e camadas, obtemos sua resistência a determinadas cargas, o nível da água, capacidade de compactação, etc. Essas informações são primordiais antes de iniciar qualquer construção, seja de edifícios, casas, pontes, viadutos e túneis que serão escavados, estradas, entre outros, pois o solo, na grande maioria das vezes, é a base destas obras. E nada melhor do que ter uma base segura, firme e funcional.
Conforme veremos mais detalhadamente na disciplina de Geologia, o solo possui diversas classificações e tipologias, sendo elas: arenoso, argiloso, humoso (ou orgânico), calcário, árido, siltoso, montanhoso, rochoso e também aqueles que se encontram misturados entre si, como argilo-arenoso, silto-arenoso, etc.
Na construção civil, os tipos mais encontrados são: arenoso, argiloso, siltoso e rochoso, além de suas composições citadas acima.
Para essa encerrar a introdução desta matéria, vou descrever brevemente estes quatro tipos de solo.
Arenoso: Composto em sua grande maioria por grãos de areia. É um solo onde oferece grande dificuldade de compactação e assentamento de estrutura, sendo necessárias fundações mais profundas para sustentar uma edificação. Os grãos de areia não são coesos como os de argila, podendo causar graves transtornos quando o nível do lençol freático é próximo à superfície e se tenta construir uma estrutura sobre o mesmo.
Argiloso: Ao contrário do solo arenoso, o argiloso é coeso e possuem seus grãos lamelares, ou seja, em formatos microscópicos de lâminas. Sua principal característica é a impermeabilidade elevada, sendo o principal elemento utilizado em barragens de terra no Brasil. Taludes com inclinações próximas aos 90º podem ser executados em solos deste tipo, garantindo diversas vantagens construtivas.
Siltoso: Este tipo de solo encontra-se entre o arenoso e argiloso ao analisar suas propriedades. Apesar de possuir grãos microscópicos, os mesmos não são tão coesos quanto a argila e taludes feitos com o mesmo, podem não ser tão confiáveis.
Rochoso: Formado por rochas, como o nome sugere, na construção civil não é exatamente qualificado como solo, pois não é facilmente escavado com os equipamentos e ferramentas convencionais, sendo necessário na maioria das vezes, a utilização de explosivos. No entanto, é muito importante considerar sua existência, pois a presença de rochas pode ser tanto um obstáculo como um auxílio durante uma construção, levando em consideração tanto a sua dificuldade de extração para o primeiro caso, como sua alta resistência, no segundo caso.
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